sábado, 5 de setembro de 2009

Um relato de experiências

Eu nasci em Anápolis-GO, sou filha única criada com muito amor de carinho, entrei na escola com quatro anos, aos cinco estava alfabetizada. A escola particular onde estudei no município de Jequié, tinha uma postura tradicional, fui alfabetizada de forma tradicional, primeiro as vogais, depois consoante, em seguida o alfabeto, as sílabas, as palavras, as frases e por fim o texto. Não apresentei dificuldades no processo, mas tenho certeza que se a professora (que tenho maravilhosas lembranças) tivesse utilizado outros métodos meu processo de alfabetização seria bem mais significativo. Porque hoje sabemos que esse método fragmenta o conhecimento e limita o educando na construção de novas aprendizagens. Da 5ª até a 8ª, o ensino médio cursei em instituição pública, tive professores que reconheciam na educação um dos caminhos para a conscientização das pessoas, consequentemente respeitava o aluno como um ser em constante transformação, com necessidades, interesses, culturas diferentes, mas, tive também professores que acreditava no processo ensino-aprendizagem como uma transmissão de conteúdos. Denominada por Freire (1996) "educação bancária". Ao longo desta trajetória fui amadurecendo a idéia de cursar Pedagogia, acreditava e hoje digo com propriedade: Pedagogo é um cientista da educação. Cursar pedagogia me fez perceber que as mazelas do mundo são produto de uma sociedade dividida em classes, que o lucro está acima da qualidade de vida, onde a cultura é refleti do modelo econômico. As disciplinas concretizaram essas afirmações, sociologia com Karl Max explicando a sociedade dividida em classes, a relação escola e ideologia, ou seja, a escola como aparelho ideológico; História da Educação: A educação sempre a serviço de uma classe dominante. A psicologia... Esta, fantástica! Os estudos de Piaget, com as fases de desenvolvimento da criança, as lógicas de raciocínio matemático, maravilhoso! Também a disciplina avaliação da aprendizagem, onde pude verificar a importância da avaliação somativa, formativa e diagnóstica no processo educativo, entendendo que a avaliação não deve ter caráter punitivo e nem classificatório, segundo Cipriano Luckesi. Vygotsky com o socio-interacionismo, a criança aprendendo na medida em que estabelece interações. Outra disciplina instigante é Currículos mostrando a relação cultura e escola. Como a escola se posiciona frente às diversidades culturais. Henri Wallon, Emilia Ferreiro, Sergio Buarque de Holanda, enfim, ao longo desses quatros anos, muitos foram os estudiosos importantes que contribuíram e vão contribuir sempre para a nossa formação.

Um comentário:

  1. Oi Aline,
    Teorize um pouco sobre seu processo de alfabetização. Que pressupostos embasam essa proposta?
    Você trouxe reflexões ótimas sobre as disciplinas do currículo do Curso de Pedagogia. Acredito que vc poderia fazer uma outra postagem,e aprofundar mais sua itinerância no Ensino Fundamental e Média. Vamos lá?

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