Em todos os instantes de nossas vidas estamos sempre aprendendo algo, de forma inconsciente ou consciente, formal ou informal, entretanto, gostaria de destacar um momento que contribuiu significativamente para minha formação enquanto pedagoga: O estágio nas Séries Iniciais do ensino fundamental.
O primeiro passo foi à realização de uma pesquisa etnográfica na escola, para melhor conhecer a estrutura física, o corpo docente, os alunos, os aspectos pedagógicos, enfim, compreender a dinâmica desta escola. Em seguida fizemos um projeto para o estágio. A escola escolhida foi o (CAIC), Escola Drº Joel Coelho Sá, Jequié-BA.
O estágio teve duração de quatro semanas, a cada semana trabalhava-se com uma tipologia textual: música, poesia, brincadeiras e receitas. Meus alunos estavam no ciclo I, nos níveis pré-silábico, silábico e silábico alfabético. A primeira semana como todo inicio sempre causa impacto, os alunos na quarta unidade recebem duas estagiárias ( o estágio é em dupla), nós entramos num espaço que não é nosso, mas que aos poucos torna-se nosso também.
Levei alfabeto móvel, jogos de memória, dominó e atividades planejadas com muito carinho. Meu maior objetivo era contribuir para o processo de alfabetização deles e a construção do pensamento lógico-matematico. Eles adoraram, mas como nem tudo são flores, vieram alguns probleminhas .........a indisciplina foi um deles, entrando muitas vezes a lei da recompensa, pois é......... então confirmei mais uma vez a necessidade do professor refletir sua prática, ou seja, repensar sua metodologia, sua concepção de avaliação, seus objetivos, e sua concepção de educação.
Naquele momento de reflexão da minha prática, articulei saberes apreendido ao longo desses anos. Concordo com Freire (1996, p. 29) quando afirma “enquanto ensino continuo buscando, reprocurando”. Então fui à luta, trabalhei músicas, cantava com eles, depois comentavam em rodinha, em seguida fazíamos as atividades, tentando ao máximo atende-los individualmente ou em pequenos grupos. Trabalhei com poesias “O nome da Gente”, “ Rua”, “ Palhaços”, adoraram trabalhar com seus próprios nomes!!!!!, falar da rua em que moravam. Percebi em todos os momentos entusiasmo em fazer as atividades, mas também dificuldades na leitura, escrita e raciocínio matemático.
E assim segui trabalhando, nessas situações que sempre me impulsionavam a uma reflexão da minha ação docente, que segundo Pereira (2008, p. 80) baseada em Pimenta “o profissional é desafiado a buscar soluções em relação aos novos desafios que vão se configurando”.
Depois trabalhei com brincadeiras, como: “Amarelinha”, “Boliche”, “Bola no Cesto”, então apareceu um dilema, que segundo Pereira (2008, p. 82) “ surgem na própria dinâmica da prática docente”. Devido às observações em sala e meu interesse no assunto decidi propor como os alunos podem construir o conceito de número através das brincadeiras, e da resolução de problemas.
Quando a construção do conceito de número não ocorre, a criança apenas decodifica ou memoriza os conhecimentos matemáticos. Sendo assim as brincadeiras, e o trabalho com a resolução de problemas segundo Smole, Diniz, Cândido (2000) garante a criança elaborar hipóteses, resolver problemas, desenvolver autonomia, entender regras, e construir conceitos matemáticos.
Foi impressionante!!!!!!!!!!!!! Eles amaram a amarelinha, se organizaram em fila, estabeleciam as regras do jogo, falavam quando alguém errava, liam e escreviam os nomes dos números, contavam onde tinha parado na amarelinha. No boliche também, contavam quantas garrafas tinham derrubado, fizeram um gráfico do boliche. Trabalhei também problemas a partir de uma figura ou situação real, muito bom, levantaram muitas hipóteses e resolveram muitos problemas.
Teve o bingo de palavras, silabas, letras, um sucesso!!!!!! Amaram, ajudavam os colegas a encontrar a palavra, ou a sílaba, ninguém dava um piu!! Repetiam a primeira sílaba da palavra para lembrar com que letra começava muito lindo!!! Realmente, os dilemas em sala de aula são muitos e nos desafiam o tempo todo.
O estágio é o momento onde os conhecimentos se articulam, estamos sempre “mobilizando” os saberes. Percebo e entendo o papel do professor como algo sublime, não no sentido da santidade, mas, na consciência de que estamos lidando com seres humanos, com direito ao conhecimento, com potenciais a serem desenvolvidos. E que ação sem reflexão impede o aprendizado, bem como nos limita enquanto profissionais em formação.
Gostaria de agradecer a minha parceira Patrícia pelo apoio, a professora Ms. Socorro Aparecida Cabral Pereira pelas orientações e intervenções valiosas, aos alunos pelos momentos de aprendizado e a todos que de alguma forma contribuíram para meu aprendizado. OBRIGADA!!!
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
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